Comprar casa é um sonho para muita gente. É sinal de conquista, estabilidade e segurança. Mas também é, na maioria das vezes, o maior compromisso financeiro da vida.
De facto, quando falamos em crédito à habitação, cada decisão conta. Um pequeno erro hoje pode custar milhares de euros no futuro.
Por isso, antes de assinares qualquer contrato, lê este artigo até ao fim. Vou mostrar-te os 5 erros mais comuns que vejo acontecer e explico-te como podes evitá-los.
Os 5 Erros Financeiros Que Deves Evitar no Crédito Habitação
Antes de assinares um contrato de crédito habitação, deves evitar os erros seguintes:
- Focar apenas na prestação;
- Não comparar propostas;
- Escolher a taxa variável sem conhecer os riscos;
- Esquecer a entrada do empréstimo e os custos iniciais;
- Não pensar nos imprevistos.
Dissecamos agora cada um deles para que saibas como obter a melhor proposta de financiamento e poupar mais todos os meses.
Focar Apenas na Prestação Mensal
É fácil cair na tentação de olhar apenas para o valor da mensalidade: “Se dá para pagar ao fim do mês, está tudo bem, certo?”. Errado.
A prestação é apenas uma parte do custo total. Tens ainda:
- Seguros obrigatórios;
- Impostos;
- Comissões bancárias;
- Custos com a escritura;
- Manutenções futuras.
Além disso, uma prestação inferior pode significar um prazo mais longo e isso significa muito mais juros pagos no total.
✅ Para evitares surpresas, analisa sempre o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) e vê se a tua taxa de esforço fica abaixo dos 35%.
Não Comparar Propostas de Diferentes Bancos
Aceitar logo a proposta do teu banco “porque já és cliente” pode sair caro.
As diversas financeiras têm spreads, exigências e taxas diferentes. E isso faz uma diferença enorme no valor total que vais pagar.
Deves pedir simulações em, pelo menos, três bancos e comparar:
- TAN e TAEG;
- MTIC;
- Produtos obrigatórios (seguros, cartões, domiciliação de ordenado, …);
- Flexibilidade de amortização antecipada.
Podes também recorrer a um intermediário de crédito autorizado: não tem custos para ti e podes conseguir melhores condições.
👉 Descobre qual a TAEG mais baixa do mercado.
Escolher Taxa Variável Sem Conhecer Riscos
A maioria dos créditos apresenta uma taxa variável (que resulta da soma da Euribor com o spread), porque as prestações iniciais são mais baixas.
Mas atenção: a Euribor sobe e desce. E, quando sobe, a tua prestação também sobe.
👉 Lê mais: qual compensa mais entre a taxa fixa ou variável?
Neste caso, deves adotar as boas práticas seguintes:
- Simula diferentes cenários com a Euribor a 2%, 3%, ou mais;
- Vê se aguentas essas subidas no teu orçamento;
- Após a simulação, se preferires maior previsibilidade, podes considerar taxa mista ou fixa.
👍 A regra a reter é: não escolhas uma opção sem pensar no teu “eu do futuro”.
Esquecer a Entrada e os Custos Iniciais
O banco geralmente financia até 90% do valor de compra (ou menos) e esta é uma imposição do Banco de Portugal. Ou seja: precisas de ter entrada própria — e não só!
Há muitos custos que não estão no “valor da casa”:
- IMT e imposto de selo;
- Escritura, registos e comissões;
- Seguros;
- Obras ou mobília.
✅ Planeia ter, pelo menos, 15% do valor da casa disponível para entrada e despesas associadas.
Não Pensar nos Imprevistos
Tudo parece certo hoje. Mas o que aconteceria se perdesses o emprego? Ou se tivesses filhos? Ou mesmo se os juros subirssem brutalmente?
Deves apostar na prevenção com as dicas seguintes:
- Nunca vás ao limite do teu orçamento;
- Mantém uma reserva financeira (correspondente, no mínimo, a seis meses de despesas);
- Garante que o crédito representa, no máximo, 30-35% dos teus rendimentos;
- Pensa sempre no longo prazo.
Conclusão
Comprar casa é um sonho maravilhoso, mas também um compromisso sério. Por isso, deves fazer um crédito com consciência.
A boa notícia é que, com os conhecimentos certos, consegues fazer uma escolha alinhada com os teus objetivos e evitar dívidas que se tornam prisões.
Já passaste pelo processo de compra de casa? Ou estás agora a começar a procurar? Conta-me através do Instagram!